História, Genealogia [ascendência e descendência] da família DALLAPICCOLA [e variações: DALAPICOLA, DALLAPICOLA, DALLA PICCOLA, DALAPICOLLA, DALAPICULA, DALLAPICULA, DALLA PICOLA dentre outras].

sexta-feira, 8 de junho de 2007

A Família de DALLAPICCOLA Fausto chegou ao Espírito Santo em Julho de 1889

Em Janeiro de 1888, Giuseppe Dallapiccola (chegado em 1875 com sua família) dirigiu uma petição de passagem ao Governo da Província do Espírito Santo em favor de seu irmão Fausto e família. Como conseqüência, Fausto e sua família chegam no porto de Santos (SP) em 12 de Maio de 1888, vindos no navio BUENOS AIRES.

Um ramo dos Dallapiccola do ES: A matriarca Angela Rodighiero (segurando a Bíblia), viúva de Fausto DALLAPICCOLA com seus filhos Narciso (com a concertina), Carlo (com o chapéu) e Eufrosina (com o guarda-chuva), na primeira metade da década de 1920, em Baixo Tabocas, município de Santa Teresa (ES). Acervo: Rogério Frigerio Piva [Pertenceu a Eliza Roza Dallapicula Piva].

Desconhecemos o motivo do desembarque em Santos. Acreditamos que tenham permanecido em São Paulo aproximadamente por um ano, pois, somente em 30 de Junho de 1889 é que receberam visto no Rio de Janeiro para seguir para Província do Espírito Santo, na qual, devem ter chegado nos primeiros dias do mês seguinte.


No final deste mesmo ano Fausto requereu ao Governo da Província a compra de uma área de terra na localidade hoje conhecida por “Baixo Tabocas”, distrito de Santo Antônio do Canaã, em Santa Teresa (ES), onde, atualmente, ainda residem alguns de seus descendentes.

A família de Fausto DALLAPICCOLA que chegou em 1889 era composta de 06 (seis) membros como apresentamos a seguir:


SOBRENOME Nome, Idade, Parentesco - (referência a cônjuge)

DALLAPICCOLA Fausto, 52 anos, Chefe
[RODIGHIERO] Angela, 44 anos, Esposa
DALLAPICCOLA Giuseppe, 11 anos, Filho - (casou-se com Angela PASINI)
DALLAPICCOLA Carlo [Beniamino Giulio], 10 anos, Filho - (casou-se em 1ª núpcias com Lucia BIASUTTI e em 2ª núpcias com Angela ZEM)
DALLAPICCOLA Eufrosina [Teresa], 5 anos, Filha
DALLAPICCOLA Narciso [Leopoldo], 2 anos, Filho

Mistério!

Na petição de passagem e no passaporte consta outro filho de nome “Angelo” que teria 8 anos de idade nessa época, mas que não sabemos se, faleceu na viagem, ou em São Paulo. Quando seu pai requereu a propriedade em fins de 1889 só constavam os 04 (quatro) filhos supracitados, bem como seu nome está riscado no passaporte. Fica então a pergunta: O que terá acontecido com o Angelo?

Vitória, 09/03/2007.

Composição da Família de DALLAPICCOLA Giuseppe em Maio de 1875

Chegados no porto do Rio de Janeiro em 09 de Maio de 1875, vindos do porto de Havre, na França, no vapor francês RIVADÁVIA. Seguiram para “quarentena” em Barra do Piraí (RJ). Em 29 de Maio, embarcaram no vapor nacional CÉRES, do qual, desembarcaram em 31 de Maio de 1875, no porto de Vitória, na então Província do Espírito Santo.

A família de Giuseppe DALLAPICCOLA, que chegou ao Espírito Santo em 1875, era composta de 06 (seis) membros como apresentamos a seguir:


SOBRENOME Nome, Idade, Parentesco - (referência a cônjuge)

DALLAPICCOLA Giuseppe, 49 anos, Chefe - (foi casado em 1ª núpcias com Domenica Facchinelli, no Brasil, casou-se em 3ª núpcias com Catarina ANDREATTA)
[GASPERAZZO] Ernesta, 38 anos, Esposa
DALLAPICCOLA Giuseppe [Francesco], 19 anos, Filho - (casou-se com Cristina ZONTA)
DALLAPICCOLA Teresa, 17 anos, Filha - (casou-se com Albino SCALZER)
DALLAPICCOLA Angela [Domenica], 11 anos, Filha
DALLAPICCOLA Giuditta [Maria Rosa], 5 anos, Filha - (casou-se com Domenico PAOLI)

Importante lembrar!!!
Na família que enumeramos acima, somente as duas filhas mais novas, Angela e Giuditta, são de Giuseppe Dallapiccola e Ernesta Gasperazzo. O filho Giuseppe Francesco e a filha mais velha, Teresa, eram de seu primeiro casamento com Dominica Facchinelli.

Vitória, 05/03/2007.

Relato da viagem de Giuseppe Dallapiccola e família: Há 132 anos (1875-2007)

Relato da viagem na qual vieram os imigrantes Giuseppe DALLAPICCOLA, sua esposa e filhos no ano de 1875. Conforme o livro FUNDAÇÃO E FACTOS HISTÓRICOS DE SANTA THEREZA – ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, escrito por Frederico MÜLLER, publicado em 1925, por ocasião dos festejos de 50 anos da fundação “oficial” de Santa Teresa (ES):


Foi no anno de 1875, aos 12 dias do mez de Abril, que um trem partiu soturno para a França, deixando nos valles de Trento o éco saudoso de uma ultimo apito!

A 17 levantou ferros, no porto do Havre, o vapor francez “Rivadavia”, trazendo no seu bojo essa mescla extraordinaria de typos, de genios e de caracteres, todos, entretanto, identificados pelo mesmo destino e pelo mesmo ideal.

Depois de uma viagem sem grandes incidentes, singrando as aguas immensas do mar, chegou o navio á bahia da Guanabara no dia 9 de Maio.

Era o sonhado Brasil, a terra encantada, a mansão da Felicidade!
O desembarque teve logar no dia immediato, quando partiram, em trem, para a Barra do Pirahy, onde estiveram de quarentena pelo espaço de 17 dias. De volta ao Rio, embarcaram n’outro vapor, rumo de Victoria, onde saltaram á terra no dia 31.
Dias depois, abastecidos de generos alimenticios e de ferramentas de lavoura, subiram, aos magotes, pelo rio Santa Maria. Causava-lhes espanto a maneira estranha e barbara por que os canoeiros faziam as canôas correr...
A “filha do sol e das aguas” era um lugarejo com diversas barracas de palha, tres casas de negocio, um hospital e uma capella de insignificantes dimensões.
Apenas chegados, casaram-se, alli, cinco jovens immigrantes, dous dos quaes são Daniele Mér e Lazero Andreata, ambos ainda fortes e sadios tendo festejado, este anno, suas bôdas de ouro.
Algum tempo mais tarde, tomaram pela estrada ou picada que dava a um tal Aurelio de Alvarenga Rosa (Serra do Alvarenga), onde existiam dous barracões cobertos de palha e adrede armados para pousada dos immigrantes. Dahí proseguiram pela matta a dentro, tendo a indicar-lhes o rumo uma simples trilha.
Todos os homens entregaram-se á abertura da estrada, sob a direcção de um tedesco chamado João Simon.
Enquanto se fazia esse trabalho, o Vice-Director, Agrimensor Franz Von Lipes – funccinonario do Governo – entregava-se, ás margens do nosso rio Timbuhy, á medição e divisão dos lotes de terrenos que deviam ser entregues aos braços estrangeiros.
Aberta a passagem, convidou-os Von Lipes a tirar, um a um, á sorte, as suas respectivas colonias.
Eram elles, entre outros:
Virgilio LAMBERT, Antonio LAMBERT, Fedelle MARTINELLI, Andréa MARTINELLI, Filippo BORTOLINI, Eugenio CUEL, Lorenzo DIPRÉ, Paolo PAOLI, Giovanni Baptista PAOLI, Pietro MARGON, Antonio MARGON, Giovanni ANGELI, Luigi ANGELI, Cyrillo BELLUMAT, David CASTELUBER, Mateo DALPRÁ, Giorgio MARTINELLI, Giorgio GASPERAZZO, Massimo GASPERAZZO, Domenico GASPERAZZO, Domenico GOZZER, Giovanni BROSEGHINI, Alessandro FELIPPI, Celesta ROSA, Pietro COSTA, Giuseppe DALLAPICOLA, Paolo MONTIBELLER, Luigi ZOTELE, Pietro POSTAI, Lazero ANDREATA, Francesco ROVVER, Thomaso ARMELINI, Giacomo PASSAMANI, Pietro ROSSELI, Francesco SCALZER, Giuseppe PAOLI, Domenico ECHER, Aogusto PALAURO, Antonio PALAURO, Giuseppe MARGON, Paolo ZOTELLE, Antonio ZANETTI, Baldassari ZONTA, Pietro VALANDRO, Luigi TOMAZELLI, Pietro LENZI, Adone AVANCINI, Giovanni MOSCHEM, Enrico MOSCHEM, Pietro AVANCINI, Giuseppe BORTOLINI, Daniele MÉR, Giacintho FILIPPI, Domenico MONTIBELLER, Albino SCALZER, Lourenzo MARGON, Achile MOSMAZO, Angelo MARGON e Antonio MARGON.
Referimos apenas os chefes de familia. E’-nos gratissimo dizer que os dez por ultimo citados ainda não quizeram deixar este nosso Valle, apesar de ser elle tambem de lagrimas... e sentem-se bastante fortes para ouvir discursos no dia da festa...
Fez-se o sorteio e entrega das terras precisamente no dia 26 de Junho 1875, dia de S. Virgilio.
[...]
Distribuídas as terras pela fórma alludida, os primeiros trabalhos atacados, além da derrubada geral no logar onde se ia erguer a povoação, não foram os da agricultura e sim os de acabamento e abertura das estradas pelos vallões de S. Pedro, S. Lourenço e Baixo Timbuhy.
Os trabalhos eram suspensos todos os sabbados ao meio dia, e semanas após foi ordenado que os immigrantes trabalhassem tres dias nas estradas e tres nas suas colonias.
Aos sabbados de tarde eram distribuidas as provisões de bôcca, feitas em Cachoeiro, cuja viagem, a pé e assáz penosa, era uma verdadeira via crucis.


Referência Bibliográfica (fonte):

MÜLLER, Frederico. Fundação e Factos Históricos de Santa Thereza – Estado do Espírito Santo. Victoria : Diario da Manhã, Marcondes & C., 1925, p. 10-13, 17.

NOTA: Fiz a presente transcrição a partir da primeira edição da obra. Mantive a grafia da época (1925) bem como, os erros de impressão.

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Origem e significado do sobrenome DALLAPICCOLA

Traduzimos e transcrevemos o texto abaixo que apresenta uma versão sobre a origem e significado do sobrenome DALLAPICCOLA, disponível no site "mondotrentino", conforme link que indicamos abaixo para quem desejar conferir a versão original em italiano.
O sobrenome é tipicamente trentino e seria uma contração de Dalla Casapiccola, oposto em significado a Dalla Casagrande, sendo que, no caso do nosso sobrenome perdeu-se a partícula "casa" ficando Dalla Piccola, que foi padronizado ao fim do século XIX como DALLAPICCOLA. Já no outro caso perdeu-se a partícula "dalla", dando origem a CASAGRANDE, de significado oposto ao do nosso sobrenome.
Em minhas pesquisas identifiquei registros em que ramos da família no século XVIII foram identificados com a forma CASAPICCOLA o que coicide com a versão que abaixo apresentamos. Portanto, o sobrenome pode ser classificado como toponímico, ou seja, referente ao lugar onde vivia o patriarca que o legou aos seus descendentes. Seria então habitante de uma pequena casa, ou casapiccola.

CASAL

O [termo] casal, no trentino, pode indicar seja o casebre, isto é a casa de campo pequena e isolada, seja um grupo de habitações rústicas. Variantes do sobrenome, que é originário dos Valli del Noce, são: CASALE, CASALI, CASALIN, CASALINI, CASAN. O termo casa (que originalmente em latim significava sino) é a raiz também dos sobrenomes CASAZZA (que pode ter seja o significado depreciativo de “casa malfeita, feia”, mas também aquele aumentativo de “casa – ou família – grande, rica”), CASET, CASETT, CASETTI (sobrenomes originários do Valle dell’Adige; de caset: diminutivo de casa), CASINI (Valle dell’Adige), CASOTTI e CASOTTO (originário o primeiro do Valle dei Laghi, o segundo da Valsugana; de casot: pequena cabana, barraca). Outros sobrenomes derivados do termo casa são: CASAGRANDA e CASAGRANDE (originários da região de Pergine e de Civezzano, onde são ainda hoje muito difundidos), CASAPICCOLA (difuso também esse no Perginese mas menos comum que o precedente. Significa, naturalmente, “habitante da casa pequena” e se encontra também na forma simplificada DALLAPICCOLA), [...].

Fonte: E tu come ti chiami? [original em italiano, tradução feita por Rogério Frigerio Piva] Disponível em: www.mondotrentino.net/Cognomi/dettagli.asp?id=117. Acesso em: 22 dez. 2005.